O jogador que nunca morre...
Há jogadores assim... eternos. Há jogadores que não deveriam, nunca, envelhecer, acumular cabelos brancos e dores no corpo, e jamais pendurar as botas e deixar uma imensa saudade de os ver no estádio, na televisão, de os desenhar na imaginação na preciosa descrição dos relatadores da rádio... Há jogadores que deveriam parar no tempo, parar quando vivessem o melhor momento das suas carreiras. E assim, seríamos imensamente felizes a ver os nossos ídolos e os homens que nos fazem viver e amar futebol, imensamente felizes a ver as suas fintas, as suas arrancadas, os seus golpes de génio, os seus fantásticos golos. Eusébio foi o maior desses artistas que viviam no relvado o sonho de milhões, que davam no relvado sonhos a milhões... É bem verdade que Eusébio “só” corria atrás de uma bola mas essa bola fazia pular e avançar o mundo de tanta gente, com tanta vontade, com tanta garra e com a ingenuidade de quem fazia aquilo que gostava, com o máximo respeito por quem o rodeava, pelos guarda-redes que o receavam, que o idolatravam. Como seria bom eu ter visto jogar Eusébio ao vivo, como seria fantástico levar os meus filhos e os meus netos a ver Eusébio e a dizer, uma e outra vez, “aquele é o melhor jogador do Mundo”. Eusébio foi único e, desde o primeiro dia até ao último dia de profissional, jogou à bola como jogava no Bairro da Mafalala... como um menino. Eusébio envelheceu, acumulou dores e pendurou as botas há muitos anos e deixou muitas, muitas saudades... Passado um ano da sua partida, uma coisa é certa: Eusébio é, afinal, eterno... E ainda bem...
por Pedro Ribeiro 05-03-2015
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